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Patrulheiras participam de projeto de iniciação científica na Unicamp

12 dez 2023

No final de outubro as patrulheiras Kathelen Cavalheri (PRDU) e Alícia Muniz (DGRH), alunas da Escola Estadual Prof. Newton Pimenta Neves participaram do XXXI Congresso Interno de Iniciação Científica da Unicamp onde apresentaram seus projetos, a convite do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Ensino Médio (PIBIC-EM). Além delas, apenas mais um aluno foi escolhido pela escola para participar do processo seletivo, tendo como base o boletim escolar. Iniciado em outubro de 2022, o projeto das patrulheiras foi concluído em um ano, e contou com a orientação de Pedro Peixoto, da pesquisadora Georgia Bonfim e de professores da Escola Newton Pimenta.

O evento aconteceu no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp, e cada patrulheira apresentou seu projeto ao público presente e também aos avaliadores, que atribuíram pontuação.

A apresentação de Alícia foi intitulada "A agência social de elementos químicos em letras de música como metodologia didática transversal para o Ensino Médio", e teve o intuito de relacionar conhecimentos da área da química a músicas populares de maneira a facilitar o entendimento sobre a ciência, utilizando a acessibilidade e a natureza aprazível das letras musicais como veículo para fixação do conhecimento. A técnica visa se disponibilizar, através de atividades transdisciplinares para o Ensino Médio, como uma maneira mais descontraída de aprender sobre uma disciplina que, para muitos estudantes, pode ser vista como maçante e difícil. Foram analisadas as letras de 30 músicas que mencionavam o elemento químico do ouro (Au), o que permitiu identificar a presença dessas referências de maneira ampla e multidisciplinar, além de considerar o contexto cultural, histórico, social, geográfico e científico. O objetivo final era criar materiais didáticos de diversas disciplinas, mas infelizmente não houve tempo hábil para essa etapa.

Já a pesquisa de Kathelen teve como foco as ciências dos alimentos. Intitulado "Perfil sensorial contrafilé bovino maturado com diferentes fontes lipídicas", o projeto teve como objetivo estudar a maturação da carne bovina através de diferentes tipos de ingredientes, tendo como base a carne maturada a vácuo e a carne fresca. O intuito era analisar os diferentes efeitos de cada ingrediente de maneira a aprimorar a prática e possivelmente encontrar alternativas viáveis para o tratamento dos alimentos. Os ingredientes avaliados nos experimentos incluíram peças de contrafilé submetidas a quatro espécies diferentes de gordura: manteiga de leite, manteiga de cacau, sebo bovino e banha suína. Após a remoção da gordura superficial, as peças foram divididas em 30 pedaços e expostas aos diferentes tratamentos em uma câmara de maturação, onde permaneceram por sete dias. Em seguida, foi iniciada a análise sensorial, onde cada bife foi assado igualmente e avaliado por um grupo de 56 provadores, que atribuíram notas de 1 a 7 a cada peça, nas categorias aroma, sabor, suculência, maciez e impressão global. Os participantes também foram instruídos a atribuir um ou mais descritores, dentre as opções disponíveis: "normal", "ranço", "amargo" e "sangue". Com os resultados obtidos, foi possível concluir quais são os métodos mais eficazes e melhor avaliados, e quais os sabores mais e menos desejados em uma carne maturada. 

De acordo com o ingrediente de maturação utilizado, o sabor final da carne pode ser detectado de diferentes maneiras pelo nosso paladar, remetendo a diferentes gostos, positivos ou negativos. Em especial, o tratamento à base de recobrimentos lipídicos (como o cacau e a banha) demonstrou-se ideal para que a carne alcançasse um sabor mais próximo ao da carne fresca ou maturada a vácuo - uma característica vista como positiva. Enquanto isso, a maturação realizada com o sebo bovino foi a que mais se aproximou dos descritores "ranço" e "amargo", o que demonstra que tal procedimento é pouco desejável. A pesquisa foi realizada na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), com suporte dos pesquisadores.

As patrulheiras relatam que a experiência foi muito positiva. "Ter participado do PIBIC-EM foi incrível", relatou Kathelen. "Foi extremamente gratificante ter vivido e aprendido coisas que com certeza não viveria e aprenderia em outro lugar. Sou muito grata por todo apoio que recebi de todos envolvidos, principalmente da minha chefia imediata, que sempre incentivou e torceu para que desse tudo certo para eu continuar e finalizar o projeto", concluiu.

Alícia também disse ter sido uma experiência muito proveitosa. "É uma grande oportunidade e possivelmente me dará abertura para diversas outras ao longo da minha carreira profissional. Sinto que evoluí bastante na minha escrita, comunicação e pensamento crítico ao longo do projeto", concluiu.

Mais informações sobre os processos de iniciação científica do PIBIC-EM e sobre os projetos de Alícia e Kathelen podem ser conferidAs no site da Pró-Reitoria de Pesquisa Unicamp e nos relatórios de Alícia e de Kathelen.